quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Consumo, Logo Existo”

 Leonardo César Pereira e Tatiele Pereira de Souza

Dá para pensar em viver sem consumir? Creio que não! Consumimos quando comemos, quando nos vestimos, durante o nosso tempo de lazer etc. Nós precisamos consumir para satisfazer desde as necessidades mais básicas até as mais luxuosas e superficiais. Todos consomem, mas não do mesmo modo. O modo como consumimos ou o que consumimos depende não apenas da nossa vontade, mas também, da nossa posição social, estilo de vida, identidade, sentimento de pertencimento a determinado grupo.
Além de tudo isso, a forma como consumimos hoje, está ligada a um sistema de produção: o capitalismo, onde, os produtos (as mercadorias) possuem dois valores: o valor-de-uso, que é estabelecido pela sua finalidade de uso e pelo valor da sua produção. Por exemplo, uma calça serve para vestir; e também pelo seu valor-de-troca, que é estabelecido nas relações sociais na qual o produto transita, aí, o produto passa a ter valores a mais e status que fazem seu valor subir. Por exemplo, uma calça da Zoomp ou da Diesel, tem um valor simbólicos, ou seja, representa poder. É criado um fetiche sobre esse objeto, por meio do status a que ele corresponde nas representações. Assim, a maneira como a pessoa consome reflete gostos que serão definidos pela posição que ela ocupa no espaço social, onde se encontram fatores econômicos e culturais (capital econômico e cultural).
Pensar o consumo na sociedade atual nos leva a pensar também o papel da publicidade na manutenção desse sistema capitalista e consumista.
Nas propagandas publicitárias e de marketing podemos perceber exatamente que além da função imediata de um produto, outros atributos (os de troca) vão sendo agregado ao produto. Por isso, é comum vermos transferido às mercadorias valores outros como: atitude, identidade, status, poder, virilidade ou sensibilidade. No anúncio ao lado, o carro Ford tem sentimentos e conquistas humanas, pois a imagem do carro associa-se as virtudes femininas. A mercadoria, o produto, carrega características valorizadas pelos seres humanos.
No Shopping Center, a catedral do consumo, vemos claramente que a publicidade está a serviço dos capitalistas, tendo a tarefa de criar no público um desejo e uma atitude que o levará, sempre, a adquirir algo novo com base nos símbolos (feitiço) que são atribuídos à mercadoria.
Pode-se perceber assim, que o consumo é uma construção social e que está ligado a forma como nos organizamos em sociedade. O importante para nós é que nos perguntemos: Com qual finalidade consumimos? De que forma classificamos o consumo e os consumidores? Quais das nossas necessidades o consumo realiza? Por quê? Conseguimos obter, de fato, tudo aquilo que buscamos quando consumimos?
Este é o papel da sociologia diante do consumo e dos consumidores!

Referências Bibliográficas:

BOUDIEU, Pierre. Espaço Social e Espaço Simbólico. In: As razões práticas sobre a teoria da ação. 8 ed. Campinas: Papirus, 2007, p 13-34.

PADILHA, Valquíria. O Shopping Center: A catedral das Mercadorias e do Lazer Reificado.

ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. São Paulo, 2000. Capítulos 2, 3, 4, 6. 

Um comentário:

  1. O texto acima foi trabalhado nas primeiras aulas, antes da greve, alguns alunos não fizeram a atividade a partir do texto, por isso, disponibilizei para que vocês possam realizar a redação sobre o tema: consumo e consumismo com base no texto acima.

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