domingo, 27 de maio de 2012

A sociologia de Durkheim - 1° ANO

Émile Durkheim (1858-1917) nasceu na França, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos na Escola Normal superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Durkheim é apontado como um dos primeiros grandes teóricos da sociologia, ele e seus colaboradores se esforçaram por emancipar a sociologia das demais teorias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente cientifica. Em seus livros e curso, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, método e as aplicações dessa nova ciência. No livro As regras do método sociológico, publicado em 1895, Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais. O fato social possui três características: 1. Coerção social, isto é, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se as regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade e escolha. Exemplo: o idioma adotado, a formação familiar, ou a subordinação a determinado código de leis. O grau de coerção dos fatos sociais pode ser evidenciado por meio das sanções que podem ser legais ou espontâneas. Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas são as que ocorrem em função de uma conduta não adaptada a estrutura do grupo ou da sociedade, Durkheim escreve a seguinte frase para explicar este tipo de sanção: “Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar usando processos e técnicas do século passado; mas se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável” (Cristina Costa. 1997, p.60). Ex.: Educação formal e informal. 2. Exterioridade: Os fatos sociais existem independentemente da vontade individual ou da adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais. 3. Generalidade: é social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Por esta generalidade, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral. A objetividade do fato social Durkheim queria definir a sociologia como ciência. Após definir o fato social, Durkheim, definiu seu método de estudo. Para ele, como para os positivistas de maneira geral, a explicação cientifica exige que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. Além disso, o sociólogo precisa deixar suas prenoções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois nada tem de cientifico e podem distorcer a realidade. Essa postura exige o não envolvimento afetivo ou de qualquer outra espécie entre o cientista e seu objeto. A neutralidade também exige a não interferência do cientista no fato observado. Com o objetivo de garantir a sociologia um método eficiente como o das ciências naturais, Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito. Um dos objetos de estudo de Durkheim: Suicídio- constituí-a-se, nesse sentido, em fato social por corresponder a todas essas características: é geral, existindo em todas as sociedades; e, embora sendo casual e resultando de razões particulares, apresenta em todas elas certa regularidade, recrudesce ou diminui de intensidade em certas condições históricas, expressando assim sua natureza social. Referencia: Costa, Cristina. Sociologia: Introdução a ciência da sociedade. 2 ed. – São Paulo: Moderna, 1997

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