sábado, 23 de outubro de 2010

Alunos do colégio João Bênnio fiquem atentos: Semana cultural no mês de novembro

Alunos do 4 período A - enquanto madrinha da turma convido-os a participarem da organização e produção de trabalhos na área de sociologia para a semana cultural. O tema da semana cultural é Violência, como nós já trabalhamos esse tema gostaria da colaboração de vocês na produção de uma mini-sala de cinema que discuta a violência sobre seus diversos aspectos e como a violência está aliada ao preconceito e a padrões de normalidade, de belo e de certo, que acaba excluindo todos que estão fora desse padrão. O preconceito é um dos principais fatores que geram violência. Gostaria de dar ênfase no trabalho para o preconceito e violência  racial, contra homosexuais, mulheres e idosos. Mas estamos abertos para a discussão sobre outras formas de violência.
Estavamos pensando na produção de um teatro o que acham?

Política e Sociedade*



*Graduandas Lúbia Gonzaga Dutra e Sarah Pereira Soares

Um repórter para um estudante na rua e perguntar: Você faz política? A resposta possivelmente seria: Eu não sou político! Política é coisa pra político! Essa fala corresponde a uma atitude que temos de considerar política como algo distante da vida cotidiana, um arranjo institucional, onde só alguns estão aptos a exerce-la. O que seria política?
É comum acharmos que política está relacionada somente ao Estado e aos políticos, o que não está totalmente errado, pois política também é isso.
A política é um espaço nas relações sócias em que os mais diferentes interesses são discutidos, onde a contradição de idéias e desejos são expostas com o intuito de persuadir o outro ou um grupo, significa, segundo Max Weber, a tentativa de impor sua vontade a outra pessoa. Assim,  a política pode ser entendida como estratégia de manutenção e luta por poder e para se atingir o poder, é necessário usar a palavra, fazer discursos, enfim, exercer o poder. Por exemplo, se um aluno não pude fazer a prova no dia estipulado pela escola, ele então irá ao encontro do professor e tentará convencê-lo, ou a diretoria, a mudar a data da prova.
A política assume, assim, um sentido amplo, uma vez que as relações de poder se manifestam em todas as circunstâncias do nosso cotidiano. Este é o sentido amplo da política que a considerada como fazendo parte da ação humana porque ela está dentro de casa, em uma sala de aula ou numa passeata organizada por homossexuais, ou seja, ela está no nosso cotidiano.
Quando pensamos que política é “assunto dos políticos” estamos pensando a política em seu sentido restrito, como fenômeno referente ao Estado, eleição, ou agrupamento político que reivindica  o controle e o monopólio do aparelho estatal.
A política possui então dois sentidos: um restrito e outro amplo e mesmo quando nos recusamos a  participar de atividades políticas estamos fazendo política, pois a nossa não-participação contribui para que a política continue como está.
Portanto, a política não é apenas “assunto deles, os políticos” ou algo que “está lá”, distante de nós, nas instituições governamentais, mas é algo que está entre nós,  no nosso cotidiano. A política perpassa todas as relações sociais. Todos somos políticos ainda que não tenhamos consciência disso.
Em fim, aquele estudante que respondeu: Eu não sou político! Política é coisa pra político!, não havia percebido o quanto político é.
            Reconhecer como e onde as relações de mando e subordinação (relações de poder) ocorrem na sociedade é o papel da sociologia diante da política.

Referências Bibliográficas

WEBER, Max. A sociologia política . In: Sociologia de Max Weber. Rio de Janeiro, RJ: Forense-Universitária, 1987. p. 159-177.

domingo, 17 de outubro de 2010

A Sociologia de Max Weber

Max Weber (1864-1920)  sociólogo e cientista político alemão  é considerado um dos fundadores da sociologia clássica, ao lado de Durkheim e Karl Marx. Max Weber fundou a área sociologia da religião em que desenvolveu estudos comparados entre a história econômica e a história das doutrinas religiosas.  Estudou o fenômeno da burocracia tanto no Estado moderno quanto em outros períodos da história.
Para Weber a sociologia deveria estudar o sentido da ação humana individual, que deve ser buscado pelo método da interpretação e da compreensão. Diferente de Durkheim que considerava que a investigação sociológica deveria seguir o caminho aberto das ciências naturais, Max Weber considerava que os fatos humanos tem também uma dimensão subjetiva – formada pela consciência e pelas intenções das pessoas -, o que não ocorre com os fenômenos da natureza. Essa dimensão subjetiva, dizia ele, pode e deve ser compreendida e interpretada pela sociologia.
Na concepção de Weber, a sociologia é uma disciplina interpretativa e não apenas descritiva. Para ele não basta descrever as atitudes e relações estabelecidas entre os indivíduos em sociedade, mas é necessário também considerar e interpretar o sentido que as pessoas atribuem as suas próprias atitudes.

O conceito de ação social

Weber definia a Sociologia como “uma ciência voltada para compreensão interpretativa da ação social e, por essa via, para a sua explicação causal nos seus transcursos e nos seus efeitos”. Desse modo, o pensador alemão introduziu um novo ponto de partida para a Sociologia, um novo conceito sociológico, diverso da noção de fato social tal como foi proposta para Durkheim. Esse ponto de partida é a ação social dos indivíduos.
Por ação social Weber entendia uma modalidade de conduta dotada de sentido e voltada para a ação de outras pessoas. Nem toda espécie de ação, dizia ele, constitui uma ação social. Por exemplo, não há contato social no fato de duas pessoas se cruzarem numa rua. Nesse tipo de encontro casual não há propriamente ação social. Haveria apenas no caso de essas pessoas se cumprimentarem, ou de conversarem, ou de em conflito, ou ainda no caso de ambas praticarem qualquer ato com significado próprio voltado para uma terceira pessoa. São ações sociais, por exemplo, um jogo de futebol, o contato amoroso entre duas pessoas, uma greve de trabalhadores, uma aula, um ato religioso, etc.
Um desdobramento do conceito de ação social é o de relação social. Ele diz respeito a ações de diversas pessoas, ou agentes, dotadas de sentidos mutuamente relacionados. Nesse caso, a conduta dos agentes se orienta para sentidos compartilhados por todos. Por exemplo, as ações praticadas por pessoas no interior de uma família constituem uma relação social, pois há um significado coletivo compartilhado por todos os membros da família. Esse significado orienta a ação de cada pessoa dessa família levando-a a cultivar certos valores aceitos por todos , como o respeito pelos pais, o afeto comum, o usufruto de bens como a casa onde moram, de seus utensílios, etc.
A explicação sociológica em weber busca compreender e interpretar o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da ação social. Compreender uma ação social é interpretar e captar sua conexão de sentido, que será mais ou menos evidente para o sociólogo.

A partir do texto responda:

1. Qual o método utilizado por Max Weber para compreender a sociedade e em que consiste?
2. Explique o que é ação social e o que é relação social. 
3. Para haver relação social o sentido compartilhado na relação precisa ser o mesmo?