domingo, 3 de junho de 2012

Esclarecimento aos alunos

Bom dia Alunos, Gostaria de esclarecer os motivos pelos quais pedi exoneração. O primeiro motivo refere-se a preferência pelos estudos, estou fazendo doutorado e consegui uma bolsa de estudos, isto é, uma remuneração para que eu possa apenas estudar. Em segundo lugar, decidi sair por conta dos grandes problemas que passa a educação em Goiás, a falta de valorização do professor, a falta de autonomia e regras na escola acabam prejudicando o andamento das aulas e a qualidade da educação. Gostaria de dizer a vocês que nunca desistam dos seus sonhos, que estudem muito, leiam, prestem atenção nas aulas, quero daqui há alguns anos encontrar com vocês na rua e ver que vocês conseguiram crescer, alcançaram seus sonhos, passaram nos vestibulares, de preferência em instituições públicas. É isso que desejo a vocês, tudo de melhor, de mais saudável, de ético e digno. Termino dizendo que vou sentir falta de vocês. Abraços, Tatiele Pereira de Souza.

domingo, 27 de maio de 2012

A sociologia de Durkheim - 1° ANO

Émile Durkheim (1858-1917) nasceu na França, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos na Escola Normal superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Durkheim é apontado como um dos primeiros grandes teóricos da sociologia, ele e seus colaboradores se esforçaram por emancipar a sociologia das demais teorias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente cientifica. Em seus livros e curso, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, método e as aplicações dessa nova ciência. No livro As regras do método sociológico, publicado em 1895, Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais. O fato social possui três características: 1. Coerção social, isto é, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se as regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade e escolha. Exemplo: o idioma adotado, a formação familiar, ou a subordinação a determinado código de leis. O grau de coerção dos fatos sociais pode ser evidenciado por meio das sanções que podem ser legais ou espontâneas. Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas são as que ocorrem em função de uma conduta não adaptada a estrutura do grupo ou da sociedade, Durkheim escreve a seguinte frase para explicar este tipo de sanção: “Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar usando processos e técnicas do século passado; mas se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável” (Cristina Costa. 1997, p.60). Ex.: Educação formal e informal. 2. Exterioridade: Os fatos sociais existem independentemente da vontade individual ou da adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais. 3. Generalidade: é social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Por esta generalidade, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral. A objetividade do fato social Durkheim queria definir a sociologia como ciência. Após definir o fato social, Durkheim, definiu seu método de estudo. Para ele, como para os positivistas de maneira geral, a explicação cientifica exige que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. Além disso, o sociólogo precisa deixar suas prenoções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois nada tem de cientifico e podem distorcer a realidade. Essa postura exige o não envolvimento afetivo ou de qualquer outra espécie entre o cientista e seu objeto. A neutralidade também exige a não interferência do cientista no fato observado. Com o objetivo de garantir a sociologia um método eficiente como o das ciências naturais, Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito. Um dos objetos de estudo de Durkheim: Suicídio- constituí-a-se, nesse sentido, em fato social por corresponder a todas essas características: é geral, existindo em todas as sociedades; e, embora sendo casual e resultando de razões particulares, apresenta em todas elas certa regularidade, recrudesce ou diminui de intensidade em certas condições históricas, expressando assim sua natureza social. Referencia: Costa, Cristina. Sociologia: Introdução a ciência da sociedade. 2 ed. – São Paulo: Moderna, 1997

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Atividades dos alunos do 2 ° Ano - Que devem ser feitas no caderno

Redação sobre o texto "consumo logo existo" - tema - consumo x consumismo.
Pesquisa sobre o conceito "obsolescência programa" e construção de texto relacionando o conceito da pesquisa a tema ideologia no capitalismo.

Atividades sobre a charge - a charge e as atividades estão disponíveis na xerox a partir de amanhã. Não consegui postar a charge no blog.

Atividades sobre o texto "A sociologia de Karl Marx" - Conceito de modo de produção e conceito de materialismo histórico.

Trabalho para os alunos do 1° ano - Lyceu

Tema do trabalho: Capitalismo e sociedade.

Pesquisar o conceito de sistema capitalista de produção. O trabalho deve contemplar as seguintes perguntas:

1. O que é o sistema capitalista de produção?
2. Quais as principais características do sistema capitalista de produção?
3. Em que período o sistema capitalista de produção surgiu?
4. Quais as principais mudanças ocorridas com o surgimento do sistema capitalista de produção para sociedade?


O trabalho deve conter: capa, introdução, desenvolvimento e conclusão. A conclusão deve expressar o entendimento dos alunos que fizeram o trabalho - O que vocês entenderam sobre o capitalismo?"

O trabalho pode ser feito em grupo de até quatro pessoas.

terça-feira, 17 de abril de 2012

TRABALHO DE SOCIOLOGIA - ALUNOS DO 2º ANO - LYCEU

Trabalho 2º Ano

Organizar grupos de até seis pessoas e realizarem uma pesquisa sobre um dos seguintes temas (atenção, os temas não podem ser repetidos, se o grupo escolher um tema os outros grupos da sala devem escolher outros temas):
1. Ideologia Nazista. (texto que pode ajudar na pesquisa presente no seguinte blog: http://nopassado.wordpress.com/ideologia/

2. Ideologia Racista (texto que pode ajudar na pesquisa: http://grabois.org.br/portal/cdm/revista.int.php?id_sessao=50&id_publicacao=133&id_indice=647 e/ou http://www.infoescola.com/sociologia/racismo/).

3. Ideologia e Consumo (texto que pode ajudar na pesquisa presente no seguinte: http://www.juntospelavida.org/genero.html ou http://jus.com.br/revista/texto/14028/sociedade-e-consumo-analise-de-propagandas-que-influenciam-o-consumismo-infantil)

4. Ideologia e Mídia (http://www.protagonize.com/story/o-papel-da-mdia-e-sua-ideologia ou http://www.scielo.br/pdf/psoc/v14n2/v14n2a05.pdf)

5. Ideologia e educação. Sugestões de pesquisa (http://www.ihj.org.br/pdfs/rm2008.pdf ou http://www.youtube.com/watch?v=8jk4sUfanek)

6. Ideologia da beleza (sugestões de pesquisa: http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT23-3154--Int.pdf

quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Consumo, Logo Existo”

 Leonardo César Pereira e Tatiele Pereira de Souza

Dá para pensar em viver sem consumir? Creio que não! Consumimos quando comemos, quando nos vestimos, durante o nosso tempo de lazer etc. Nós precisamos consumir para satisfazer desde as necessidades mais básicas até as mais luxuosas e superficiais. Todos consomem, mas não do mesmo modo. O modo como consumimos ou o que consumimos depende não apenas da nossa vontade, mas também, da nossa posição social, estilo de vida, identidade, sentimento de pertencimento a determinado grupo.
Além de tudo isso, a forma como consumimos hoje, está ligada a um sistema de produção: o capitalismo, onde, os produtos (as mercadorias) possuem dois valores: o valor-de-uso, que é estabelecido pela sua finalidade de uso e pelo valor da sua produção. Por exemplo, uma calça serve para vestir; e também pelo seu valor-de-troca, que é estabelecido nas relações sociais na qual o produto transita, aí, o produto passa a ter valores a mais e status que fazem seu valor subir. Por exemplo, uma calça da Zoomp ou da Diesel, tem um valor simbólicos, ou seja, representa poder. É criado um fetiche sobre esse objeto, por meio do status a que ele corresponde nas representações. Assim, a maneira como a pessoa consome reflete gostos que serão definidos pela posição que ela ocupa no espaço social, onde se encontram fatores econômicos e culturais (capital econômico e cultural).
Pensar o consumo na sociedade atual nos leva a pensar também o papel da publicidade na manutenção desse sistema capitalista e consumista.
Nas propagandas publicitárias e de marketing podemos perceber exatamente que além da função imediata de um produto, outros atributos (os de troca) vão sendo agregado ao produto. Por isso, é comum vermos transferido às mercadorias valores outros como: atitude, identidade, status, poder, virilidade ou sensibilidade. No anúncio ao lado, o carro Ford tem sentimentos e conquistas humanas, pois a imagem do carro associa-se as virtudes femininas. A mercadoria, o produto, carrega características valorizadas pelos seres humanos.
No Shopping Center, a catedral do consumo, vemos claramente que a publicidade está a serviço dos capitalistas, tendo a tarefa de criar no público um desejo e uma atitude que o levará, sempre, a adquirir algo novo com base nos símbolos (feitiço) que são atribuídos à mercadoria.
Pode-se perceber assim, que o consumo é uma construção social e que está ligado a forma como nos organizamos em sociedade. O importante para nós é que nos perguntemos: Com qual finalidade consumimos? De que forma classificamos o consumo e os consumidores? Quais das nossas necessidades o consumo realiza? Por quê? Conseguimos obter, de fato, tudo aquilo que buscamos quando consumimos?
Este é o papel da sociologia diante do consumo e dos consumidores!

Referências Bibliográficas:

BOUDIEU, Pierre. Espaço Social e Espaço Simbólico. In: As razões práticas sobre a teoria da ação. 8 ed. Campinas: Papirus, 2007, p 13-34.

PADILHA, Valquíria. O Shopping Center: A catedral das Mercadorias e do Lazer Reificado.

ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. São Paulo, 2000. Capítulos 2, 3, 4, 6. 

domingo, 8 de abril de 2012

Ideologia: primeiras aproximações - Alunos do 2º ano


Ideologia é o conjunto de idéias, conceitos e comportamentos que prevalecem sobre uma sociedade. Seu objetivo é encobrir as divisões existentes na sociedade e na política, mostrando uma forma maquiada de indivisão. 

A ideologia funciona invertendo os efeitos e as causas, resultando em imagens e sintomas, produzindo uma utopia social, usando o silêncio para encobrir a incoerência. Podemos exemplificar a ideologia com a afirmação de que o adultério é crime, que o homossexual é pervertido e que o futebol é coisa do homem. O que a ideologia encobre? 
Ideologia no pensamento Marxista (materialismo dialético) é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo umahegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência através de força explícita. Assim a ideologia torna-se um dos instrumentos da reprodução do status quo e da própria sociedade. O método precípuo da ideologia é a utilização do discurso lacunar  (Althusser). Nesse, uma série de proposições, nunca falsas, sugere uma série de outras, que o são. Desse modo, a essência do discurso lacunar é o não dito (porém sugerido).
Música:  3º do Plural
Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora
Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina
Querem te matar a sede, eles querer te sedar
Eles querem te vender, eles querem te comprar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes diz a verdade
Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida antes mesmo da largada
Eles querem te vender, eles querem te comprar
Querem te matar de rir, querem te fazer chorar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Vender, comprar, vendar os olhos
Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem te deixar pensar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são

O Surgimento da Sociologia - aula primeiro ano



A sociologia surge enquanto disciplina e ciência no séc. XIX, no entanto, o contexto de seu nascimento está relacionado às transformações que estavam ocorrendo na Europa desde o séc.XVI. A revolução industrial e a revolução francesa configuram o marco do surgimento da sociologia, mas devemos ressaltar que tais revoluções apenas foram possíveis com o chamado renascimento.

Fatores que influenciaram o surgimento da sociologia

Consolidação das idéias

  • Renascimento: é o período em que passa a se questionar a forma de organização do sistema feudal, ao contrário do feudalismo, o renascimento está baseado na razão, no antropocentrismo (o homem é o centro do universo), consequentemente, o pensamento da igreja que era preponderante para a manutenção da ordem e do regime feudal passa a ser questionado, o comércio passa a se desenvolver e assim, a economia amonetária dá lugar a circulação de dinheiro e ao lucro. No sistema feudal as explicações acerca da vida dos europeus estavam baseadas na tradição, em mitos ou na religião. Isso quer dizer que naquela época não existia uma ciência no modelo que conhecemos hoje.
investigação de uma sociedade com base no conhecimento científico a partir da razão, da racionalidade, além disso, instigou pensadores a tentarem compreender as transformações que estavam ocorrendo. Francis Bacon (filósofo 1561-1626) parte da idéia que a teologia deveria ser substituída pelo método da dúvida no estudo da sociedade. Para este, o método de conhecimento deveria estar baseado na observação e na experimentação. p.18


Revolução Industrial e Revolução Francesa: Consolidação do Capitalismo e Surgimento da Sociologia.
A sociologia surge com o objetivo de explicar as mudanças sociais, “as situações sociais radicalmente novas” ocorridas com a desagregação da sociedade feudal e o advento do capitalismo.

Revolução Industrial: representou não apenas a introdução de máquinas na constituição do processo de produção, mas também a apropriação das terras, das ferramentas, sob o controle do empresário capitalista, desse modo, existia de um lado, uma massa de despossuídos transformados em trabalhadores e, de outro, uma pequena parcela de pessoas detentoras dos meios de produção. “Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social.”  
As primeiras reflexões mais sistemáticas sobre a sociedade só começaram a ser formuladas  no momento em que ela se diversificou como nunca anteriormente, com a Revolução Industrial, iniciada por volta de 1750 na Inglaterra. Ela deu origem a novos grupos sociais – a burguesia e o proletariado – e à formação de um novo tipo de estrutura social: a sociedade capitalista.
A revolução industrial introduziu a máquina a vapor no processo produtivo, reorganizou o trabalho manufatureiro de forma radical, destruiu o artesão independente, introduziu a fábrica moderna e criou uma nova classe de trabalhadores: o proletariado, ou classe operária, concentrado sobretudo em grandes unidades industriais.
Esse processo provocou muitas mudanças, como o crescimento das cidades, a concentração de centenas de milhares de trabalhadores em bairros industriais e a degradação das condições de vida do proletariado. Até o fim do século XIX, as jornadas de trabalho na indústria européia giravam em torno de catorze ou dezesseis horas por dia. Não havia descanso remunerado, como hoje, férias ou aposentadoria.
A implementação das máquinas não foi um processo calmo, pelo contrário, as condições sob as quais os pobres, especialmente, a classe operária, estava submetida trouxeram contestações contra aquela forma de organização social, a destruição de máquinas, atos de sabotagem, destruição de oficinas, crimes, foram algumas das formas de resistência contra o modo de produção capitalista e a forma de pensar daquela sociedade, mais tarde, esses atos “evoluíram” para a constituição de associações e sindicatos e constituindo uma classe, a operária, contra outra, a burguesa ou dos empresários. (Martins, 1994).
Revolução Francesa: trouxe significativas transformações naquela sociedade, tais mudanças estavam relacionadas à revolução industrial. O objetivo desta revolução era derrubar o “Antigo Regime”, acabar com a monarquia, criar as possibilidades para o crescimento da sociedade capitalista, os burgueses estavam na liderança desta revolução e utilizaram os pobres e operários para conseguir vencer o grupo que defendia o modo de produção feudal e a monarquia. O panorama da sociedade francesa foi de suma importância para a constituição da sociologia enquanto ciência.